domingo, 15 de abril de 2012

De nada.

cansei de ser esse zumbi insignificante
até os zumbis utópicos tem mais serventia
sou nada pra ti e pra todo o resto.
passo assim, batido, tipo a brisa de toda hora
sem esperança, sem expectativas
amanhã não existe e eu continuo sendo nada
pra ti e pra eles
quero que me deixem em paz,
quero que me dêem a paz.
eu só quero ser salva do nada que me encontro
quero ser salva por ti e não por eles.
mais do que nada eu sou fraca
e só fraca.
é esse o ponto, eu quero a ti e não quero a mim.
você não me quer, quem há de querer nada?

quarta-feira, 28 de março de 2012

Dança da solidão

vocês tão aí fingindo rejeição
e eu tô aqui perdendo a noção
do tempo e do espaço
já nem sei mais o que é coração
esqueci aquela antiga oração e
vocês tão aí cavando depressão
tô tentando achar uma salvação
avisando logo de anti-mão que
por mais que eu queira,
não vou conseguir segurar a tua mão

domingo, 18 de março de 2012

We're just two lost souls.

A cada dia que passa a rotina cruel e vazia tem me deixado cada vez mais fria, parece que nem a neblina úmida que já começou a tomar conta da serra é capaz de causar mais tremores do que os lugares desocupados dentro de mim. Ecoa a todo momento uma melodia solitária, só o som de uma porta indo de um lado pro outro com a força do vento, melodia gélida, sombria e misteriosa.
Tenho me alimentado de música e me embriagado de filmes, os livros do colegial atormentam minha cabeça com "é com a gente que você deveria estar", dessa vez eu sou a inspiração dos textos de alguém, meus amigos se tornaram colegas, virei minha melhor companhia e não tenho forças pra lutar contra isso. Não quero. Comodismo sim, medo sim. A depressão é parte de mim já, tenho achado todas as crises bem bonitas, infelizmente há meses eu não derramo uma lágrima, sinto falta desse sentimentalismo barato.
Tem sido difícil não amar, não me comover e simplesmente não me importar com nada que não seja meu trabalho em ser a criatura mais antissocial existente. Dia desses falaram que sou a personificação de uma dessas meninas bem problemáticas saídas de algum filme cult... Senso de humor bem afiado, sarcasmo do mais alto nível, senso crítico pesadíssimo, todo o amor do mundo guardado embaixo de centenas de chaves, gostos apurados, gênio forte (lê-se, insuportável), procrastinadora, inteligencia de sobra e com a capacidade de fazer alguém muito feliz, muito mais do que eu já fui um dia ou que serei, mas também com a capacidade de destruir a vida de alguém assim, num estalar de dedos. Foi bem essa a definição e só digo um coisa, eu estou apaixonada e é por esta definição. Linda, simples e sincera. Bem precisa e um belo tapa na cara.
Nunca batalhei pra desenvolver nada na minha personalidade, nasci assim bem preguiçosa e bem geniosa. Fazer o que? De todas as questões do mundo, só uma eu não ando conseguindo compreender: onde estão morando os meus sentimentos mais bonitos e aquele meu antigo brilho nos olhos? Foram embora com quem eu não sei, com o que muito menos. No fundo, nem quero de volta. Ando com medo de generalizar e esquecer que cada um é cada um, virar a tão sonhada Summer Finn e aceitar relações pela metade só pra ir embora do nada quando encontrar mais um outro amor de livraria. Mas espera aí... Eu já fiz isso, incontáveis vezes. É triste e ao mesmo tempo aliviante, com as pessoas perdendo seu significado pra mim eu sofro menos, sofro só por mim.
Anda desgastante observar a vida com uma vista nada privilegiada. Passo os dias sentada numa cadeira numa linha imaginária do outro lado do viaduto, nesse viaduto existem centenas de curvas sinuosíssimas e inúteis com mais um punhado de pixações deixando marcas eternas, esse mesmo viaduto representa minha vida e eu só fico observando sua estrutura bem de longe, sem coragem de colocar um dos pés nele e ser atingida por um super carro do ano me deixando deslumbrada. O problema de não colocar um dos pés é que não consigo chegar ao outro lado, o lado onde o medo é vencido e onde conseguirei viver a tão sonhada vida sem rumo, sem rotinas e aí sim, de muito amor. Seja a vida, seja a liberdade ou seja a ti. Só o amor, bem puro e leve, só o amor na sua mais bela e simples forma de ser amor.
Mas mesmo com todo o amor que houver nessa vida, com todos os viadutos atravessados, todo o mundo percorrido... Eu sempre serei uma "alma perdida nadando num áquario", nasci pra viver insatisfeita, já me conformei. Insatisfeita até por ter me conformado. Ou não.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O tédio das Marias e dos Zés.

Minha personalidade é uma bosta. Não me encaixo em nada, com ninguém. Fechada, retraída, tímida, rabugenta, crítica e ácida. Muito senhora de mim.
Percebi isso esses dias quando descobri que minha vontade de dar e receber amor é menor do que minha vontade de viver no "meu mundo". Minhas coisinhas, meu quarto, meus objetivos e minha própria companhia. É verdade, eu gosto dela mais do que a companhia de qualquer outro alguém... De fato, ela é a única que é realmente minha. Pessoas vem e vão fácil demais, elas mudam fácil demais, desistem fácil demais. É muito demais pra pouca gente.
Sou egoísta, completamente egocêntrica, gosto da minha liberdade e só dela. Não fui feita pra grandes festas, milhares de relacionamentos, casualidade banal, clichês ou até mesmo mudar de ideia por alguém. Fui feita pra viver comigo e só comigo. Pode ser no meu quarto, seja qual for o lugar do mundo, sempre será o meu quarto. No momento em que nasci, meu cérebro já estava predestinado a me tornar como costumam dizer, uma pessoa "caseira". Eu realmente gosto da solidão, ela é bonita, tolo aquele que não vê beleza nisso. É em momentos a sós que pensamos, chegamos a conclusões, planejamos, sonhamos, nos conhecemos e aprendemos a gostar de nós mesmos. Nunca vi "fulano de tal" que é cheio de muita companhia, de muito paparico, de fato, realmente se conhecer. Pago pra ver quem me comprove o contrário.
Acredito nas minhas certezas mesmo que certezas nesse mundo sejam algo utópico, acredito no que eu acredito. O que sugerem, o que acham que é bom pra mim eu levo ali, na brincadeira. Eu sou dona do meu umbigo e por isso que eu só faço o que eu quero, quando eu quero. Me chame de chata ou do que quiser... Só garanto que eu sou mais divertida, mais autêntica do que esse bando de Zé que nem sabe quem ele mesmo é.
Sou cheia de loucura, mais é a loucura da vida, não a loucura de ser humano banal que pensa que ser feliz é viver eternamente num carnaval.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Incorrespondido deve ser mais gostoso.


meu grande problema é gostar de quem fala de amor
de me apaixonar por quem fala de amor, paixão, carinho
ainda mais por quem não é correspondido.
o grande problema nisso é 
que quem sabe falar de amor, já ama
ama outro alguém 
alguém que não sou eu 
alguém que está longe de ser eu
alguém que nunca vai ser eu.
e quanto mais incorrespondido parece que
mais duradouro e eterno será 
porque comigo é assim também 
eu amo quem não me ama e esse amor
está longe de passar.

Eu quero tanto que acabo não querendo.


Contabilizar, por na ponta do lápis
Deixar explicado ali, no cantinho da mente
Que mente? Mente de gente decadente?
Mente de gente carente que contabiliza erros.
Meu erro foi transformar você em um “deus”
deixar passar pelos dedos a serenidade 
e virar uma puta descontrolada amando
platonicamente. 
Te coloquei num pedestal, dei a ti perfeição
que é nula. Em mim e em ti.
Deixei misturar razão e coração, 
confundi tudo
contabilizei, pensei, esperneei, deixei.
Você partiu porque eu nem mesmo deixei
você chegar

A história do “você e eu” é só e’x’tória.


Lembrei que tu mereces
cada palavra escrita
e cada diálogo ensaiado
na frente do espelho.
Lembrei que apesar de merecer
você não quer ler as palavras
e muito menos dialogar.
Peguei o que sempre esteve adormecido
dentro de mim, as certezas pessimistas
e coloquei a frente de tudo,
você não quer ler e nunca vai querer.
Lembrei então, que cabe a mim seguir em frente
sem pensar no que podia ter sido a gente.
Lembrei finalmente, que exitei tanto que você cansou
e teu pranto voltou pro outro canto 
de amores antigos fracassados.